Página em branco












A poesia envergonhada de ninguém a visitar
Decidiu ir embora e o livro abandonar,

Na estante apenas o livro
com suas páginas em branco
Escutava o lamento
De quem o olhava com espanto.

- Cadê a poesia sumiu,
... estava aqui e ninguém viu?
- Estampada no papel, na estante aprisionada
... e agora nada!

Na estante, apenas o livro,
- pálidas páginas em branco -
Esboçava com tristeza todo o seu desencanto.

O livro indignado por agora ser visitado
- Por que o espanto?... queria o livro falar;
Mas, suas brancas páginas, o fizeram se calar.

Sentindo-se mudo... sem mais ter o que dizer
Rogou a poesia que lhe viesse rever.

A poesia emocionada com a sua devoção,
Sussurrou na orelha do livro
... um suspiro em retribuição.

E na última página do livro,
Do fiel guardião da magia,
Jaz ali gravado o adeus da sentida poesia:

“Por que o espanto? Se não leu, não sabe o que perdeu!
 Se leu e esqueceu... então, quem perdeu fui eu!”.

Dito isso, foi embora a magia
... evaporasse a poesia!


Comentários

  1. literal, real e magnifico! Se a poesia, a literatura em geral pode-se se expressar seriam com certeza estas as palavras. Adorei!

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  2. Ola, Marcus agradeço tuas palavras saiba que está poesia é um desabafo de uma real situação, estamos em uma época em que a maioria das pessoas parecem não ter mais tempo ou disposição para ler, claro que me refiro ao publico em geral, não àqueles que têm um hábito maior de leitura, mas estes estão se tornando uma tribo cada vez menor, eu me pergunto se a poesia está perdendo o seu espaço no mundo atual, se sim, é algo lamentável, a poesia é puramente a emoção a maneira de sentir a vida, e acredite a vida sem emoção é como um livro sem palavras.

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