Procurando poesia, leia "No vai e vem das águas"


No vai e vem das águas

O silêncio que antecede o afogamento,
...a falta do ar, o desespero da náufraga ferida,
Novamente em processo de cura, em busca de salvação...
Tem no olhar o horizonte, e em Deus a sua ponte...
Peregrina regressa a praia de vestes surradas...
De retalhos remendados... de desculpas costuradas,
Na face, traz um sorriso meio sem jeito,
Nas mãos, apenas areia do tempo...
No olhar um facho de luz, um "que" de esperança
Herança da menina que em poesia se fez manter,
Que escreve na areia, a cada vez que onda apaga...
Que sibila antigas canções com  harmonia e poesia,
No espelho das águas que passam sob a ponte da vida
É possível, ver ali a menina refletida...
Rabiscando na areia, fragmentos de poesia,
...montando quebra cabeça de emoção!
No vai e vem das águas que banham as areias
Há quem consiga escutar a canção sussurrada,
Ali, sob a bruma branca do tempo, sibila meio distraída
A poesia na areia rabiscada... e jaz mais uma vez apagada.



Comentários

  1. Intenso, reflexivo, intimista...perfeito.
    Lindo poema, estimada Inoema Jahnke.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Agradecida por tuas palavras Fernando, é realmente muito bom quando recebemos elogios de algo que fazemos com tanto carrinho, não é verdade? E vindas de alguém talentoso como você é ainda mais gratificante, mas uma vez obrigado um grande abraço!

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas