Aqui o exterior se espante da mesma forma que o interior se espreguiça...




 A quem acredite que o dia é o início da noite. Eu, eu prefiro pensar que é a noite que inicia o dia. Na noite me recupero, me preparo para startar o processo. 


      Zerar o relógio? Não, de forma alguma, cada segundo me valeu, cada momento que vivi me fez quem sou, cada pedra, cada grão de poeira, cada gota de suor me trouxe até esse momento.

       Envelhecer é uma questão de escolha, sim, eu escolhi seguir o meu relógio biológico, não o do mundo. Minha pele é preguiçosa. Tem pouca vontade de envelhecer, há muito viço no olhar, muitos sorrisos para encantar, que a idade não se atreve a intervir e deixa o processo correr na velocidade que o interior determina.
        Aqui o exterior se espante da mesma forma que o interior se espreguiça...

      A alegria é coisa que não vem de fora, mas de dentro, só assim sei que sou realmente feliz, porque indiferente do quando é o onde que me ilumina.

      Lágrimas, sim, as, uso com certa frequência, são abundantes e refrescantes, quando quero vaso, deixo as emoções fluírem feito o rio que sou, sim, sou água que flui, rio em movimento, tenho cachoeiras, pedras e areia, mas sobre tudo tenho pontes que me cruzam, que me encontram e me preenchem, sou constante movimento de vivacidade real...

      Amores? Tudo o que amo uma vez, amo sempre, isso vale para gostos, cheiros, lugares e pessoas... sou única e múltipla, sou várias versões de água, lágrima, suor, rio, mar, praia, chuva pesada e garoa fina, mas água fluida, límpida... Se refresco, se afogo ou mato a sede é uma questão de escolha, mas não se engane, essa escolha é sempre minha!


... O rio que sou...



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