Inoema Jahnke , poesia - Frio de agosto - "Aqui, ainda me encontro, meio sem porto e sem lar, feito um potro sem vigília que se perde ao galopar..."
Frio de agosto
Minuano aguerrido o frio que trazes contigo
Hoje se faz mais gelado
que o normal da estação...
Montado na tua garupa vem a galope a solidão,
A saudade lampeja os olhos feito raio que toca o chão
E deixa ainda mais dolorido o agosto no meu coração...
Aqui, ainda me encontro, meio sem porto e sem lar
Feito um potro sem vigília que se perde ao galopar...
Campeio meus pensamentos em busca do seu olhar
Arfo no peito uma saudade, um suspiro ao respirar,
De alguém que já partiu e não há mais de voltar.
Nos meados de agosto a saudade me pega de soco
Sopras em mim um frio de tapera, difícil de abrandar
Sou filha sem vigia, sem ponteiro para guiar...
Na ausência da companhia, feito um coiote desgarrado
Uiva ou longe as lembranças que resgatam o passado.
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