Enquanto o corpo paga pro tempo a memória nos dá gorjeta e, assim temos sempre as relíquias na gaveta...

Tempo amigo

Meu amigo de longa data não me tenha amargura
Se não desfrutei de ti como devia, não foi por preguiça nem apatia,
Hoje me encontras aqui, queimando papéis no braseiro
Recordando o tempo em que a pressa vinha primeiro,
Na fumaça do passado desfilam em procissão
Lembranças de uma estrada jamais trilhada em vão,
Mas te aprochegue tempo amigo, vamos prosear mais de perto
Já não tenho velocidade, peso dos anos por certo,
Relembro do tempo meu amigo que fugia de ti feito louca
Acreditando que os anos paralisavam meus planos,
Hoje, porém, sou mais sábia que o eu da juventude
E posso dar-me o desfrute de apreciar a estrada
E ver no céu das memórias estrelas, feito cometas...
Pois o corpo está cansado, mas amente não tem muletas!
Enquanto o corpo paga pro tempo, a memória nos dá gorjeta
E assim, temos sempre as relíquias na gaveta...


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